Quando eu era pequena,olhava as crinças ao meu redor e percebia que elas tinham algo que eu não tinha.Não sabia bem o que era.Olhava da janela a chuva caindo e me questionava sobre minha existência,pode ser estranho mais eu me perguntava o porque de ter que passar por todo esse ciclo,por todas essas aprovações. Passou a infância toda não sendo criança o suficiente. Se ficasse sozinha, chorava.Cresci vendo as minhas amigas tendo direitos e coisas que eu nunca tivi,vi suas mães deixando-as sair na rua a noite sem hora pra chegar,vi elas saindo em festas e ficando,”pegando”(de acordos com o vocabulário dos adolescentes) com quem elas quizessem,ouvia sempre na segunda-feira de manhã elas comentando de como havia sido o fds delas.E eu?Escutava,afinal não havia acontecido nada de interessante comigo,nem sequer havia ido na missa no domingo.Eu me perguntava o porque eu não podia sair mais,o porque de tal proibição de meus pais.Na verdade o que eu queria era mais liberdade,eu achava que estava na hora de ser um pouco mais parecida com minhas amigas.Fui se formando com uma imagem de menina boa,a que faz tudo “certinho”.Era tanto sentimento engavetado dentro de mim,que eu sentia que uma hora eu iria explodir sem motivo aparentemente.E então, no auge de seu suicídio inconsciente, alguém me interrompeu.Era ele. Emprestou-me um pouco de ar puro, e me abraçou.Parecia suficiente.Pela primeira vez ela não julgou os prós e os contras. Pela primeira vez ela não se torturou tentando eliminar seus sentimentos. Pela primeira vez ela deixou a espontâneadade, que sempre fez parte dela, dirigir suas ações. Aprendeu a ser espelho de quem ela é. Fez do seu exterior reflexo do interior.Seus sorrisos eram realmente sinceros,já num era mais um fingimento de que a menina quetinha estava feliz.Mas quando finalmente ela se deixa ser feliz,percebeu que TUDO que ela havia passado é o que muitos passam,percebeu que num era um problema e sim uma equação matemática que como toda,possuía um resultado.O resultado?Bem,ele é o que sou hoje.Uma menina que como qualquer outra tem defeitos e qualidades.Minhas amigas?Pois é,hoje com total convicção admito que os meus pais estavam certos.Eu havia me tornado alguém muito melhor!Com tudo isso aprendi que tudo tem um tempo de começar e acabar.Todos nós temos nosso tempo.Aprendi que os problemas nunca acabam, nunca vão acabar. Por mais feliz que eu esteja,eu sei que mais cedo ou mais tarde algo vai estar errado. Ela sempre vai sentir falta daquela coisa da infância que nem mesmo ela sabe o que é. Por mais completa que eu me sinta, vai semprefaltar um PIECE’ O pedaçinho que me faltou na infância.
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